Serviços Sociais | Cáritas apela à criação de Fundo Europeu de Emergência
A Cáritas Europa, em conjunto com mais 11 instituições de solidariedade, alerta para o impacto que a pandemia da Covid-19 está a ter nos serviços sociais: “embora pareça estar a melhorar, pelo menos a curto prazo, o sector dos serviços sociais continua a ser fortemente afetado”. Num apelo dirigido à União Europeia pede-se a criação de um Fundo Europeu de Emergência para os Serviços Sociais. Um Fundo de curto prazo para o apoio direto à prestação e acesso aos serviços sociais durante a pandemia.
Num comunicado emitido conjuntamente, as 11 organizações sublinham que este é um sector que continua a ser diretamente afetado “tanto pelas situação de saúde pública como pela sua lenta ou parcial reativação, como indiretamente, pelas consequências da pandemia sobre os desafios pré-existentes – o subfinanciamento, a escassez de recursos humanos, os salários baixos e a necessidade de se adaptar às expectativas em evolução por parte das pessoas que utilizam os serviços”. Por outro lado, lembra o documento, “o impacto económico e social da pandemia da Covid-19 também deverá conduzir a uma maior procura de serviços sociais”, declarando que a pandemia “exacerbou muitos destes desafios”.
A Cáritas Europa e as 11 organizações de solidariedade alertam ainda para o papel essencial dos serviços sociais no apoio “a milhões de pessoas na Europa, ajudando idosos, pessoas com deficiência, crianças e jovens em risco, pessoas em risco de pobreza, sem-abrigo, migrantes, pessoas que sofrem de violência doméstica, e muitas outras para viverem uma vida melhor, mais saudável, mais longa e mais ativa”.
“Mais importante ainda, ajudam as pessoas a usufruir dos seus direitos humanos”, sublinha a declaração conjunta.
A declaração sublinha a importância dos serviços sociais para a economia, dando emprego a 11 milhões de trabalhadores, e lembra que as próximas iniciativas da União Europeia, incluindo o Plano de Recuperação da UE, são a oportunidade de “impulsionar ainda mais o processo de uma União Mais Social, reforçando o contributo dos serviços sociais para a Europa, para os seus cidadãos e para a sua economia”.
O apelo da rede Cáritas em toda a Europa e das restantes organizações às instituições europeias é de que possam “maximizar o potencial do Plano de Recuperação para a Europa, com o objetivo de fortalecer a resiliência e a recuperação por meio de alocações orçamentais que garantam a qualidade e a acessibilidade dos serviços sociais àqueles que mais precisam”.
Em Portugal a rede nacional Cáritas, composta por 20 Cáritas Diocesanas em todo o país, presta apoio a cerca de 100 mil pessoas anualmente, em atendimento social, e cerca de 40 mil em respostas sociais, isto com o envolvimento de mais de 1 500 colaboradores profissionais e cerca de 500 voluntários regulares.